domingo, 26 de outubro de 2014


Avaliação:Uma Perspectiva Emancipatória

                  Desafio da Ética na Avaliação 


Jussara Margareth Paula Loch inicia suas análises fazendo duas perguntas, são elas: 
como se manifesta a ética na educação? E é possível perceber essa intencionalidade nos 
praticas pedagógicas? 
Ao entendermos a educação como formação do humano como um acontecimento ético, supomos uma concepção da tarefa pedagógica e portanto da avaliação como radical novidade. Para nós, futuros professores, as respostas para estas perguntas servem de reflexão, são análises pertinentes com relação ao papel do professor, aprendizagem contínua, o autoconhecimento do professor e o processo de avaliação como a construção de cada um e do coletivo. Finalizando seu pensamento , Loch tece uma crítica bastante pertinente com relação a cultura de avaliação no Brasil, para ela mudaram-se as formas de se avaliar o aluno através de testes, provas, provões, mas são mudanças apenas periféricas e não radicais, seria um agir fabricada e manipulador, e o que observamos é um sistema avaliativo que na verdade busca a quantidade e não a qualidade do ensino no Brasil.
Percebemos também que todas as mudanças na prática pedagógica são movidas pelas mudanças na sociedade contemporânea que refletem na prática 
pedagógica aplicada em sala de aula. 
A prática pedagógica precisa ser dinâmica, devido as mudanças na relação entre professor e aluno, movidas pela modernidade que atinge o homem vivendo em sociedade que se refletem no “fazer” educação.

http://www.insite.pro.br/2013/janeiro/resenha_praticasavaliativas_areasdocurriculo.pdf






 Livro - Avaliação Planejada, Aprendizagem Consentida: é Ensinando Que se Avalia, é Avaliando Que se Ensina - Ivo José Both


 




Atualmente, tem-se falado muito em "avaliação", tema que desperta inúmeras opiniões entre alunos, pais, especialistas e educadores. Isso porque, enquanto no passado a escola considerada "de boa qualidade"era aquela que reprovava mais, hoje a escola adequada é aquela que repensou esse modelo educacional e passou a focar seu trabalho no desenvolvimento cognitivo do aluno.
Avaliação Planejada, Aprendizagem Consentida, escrito por Ivo José Both, é um livro que visa à promoção da aprendizagem escolar e retrata a necessidade de o professor estar preparado para avaliar os alunos, de acordo com a particularidade de cada um deles.
Nestas páginas, o autor comenta importantes opiniões existentes sobre avaliação e ensino no Brasil, além de propor o emprego de variados instrumentos avaliativos que podem contribuir com o processo de ensino-aprendizagem e com o domínio de conteúdos aplicados em sala de aula.
Voltada a todos os educadores interessados em aperfeiçoar sua prática, esta publicação, dinâmica e inovadora, faz repensar o verdadeiro papel da avaliação escolar.

Fonte:  http://www.pontofrio.com.br/livros/EducacaoAprendizagem/livrosEducacao/Avaliacao-Planejada-Aprendizagem-Consentida-e-Ensinando-Que-se-Avalia-e-Avaliando-Que-se-Ensina-Ivo-Jose-Both-194312.html?pg=MTk0MzEyfDI3Ljk2NTAwMDAwMDA=&adtype=pla&utm_source=GP_PLA&utm_medium=Cpc&utm_campaign=LIVR_PLA_1&gclid=Cj0KEQjwt7KiBRD9lOePpe_BhrgBEiQAHaS_1zbqMsq-oV2elHT9q1rI0TXajr2fRUsXkiN-Mw6q6wUaAqKd8P8HAQ






REPORTAGEM







Foz do Iguaçu tem a escola municipal com a melhor nota na última avaliação da educação brasileira, o Ideb: é a Escola Santa Rita de Cássia, que atingiu 8,6. A cidade ainda conta com outras escolas bem avaliadas e tem mostrado crescimento das notas a cada avaliação.
Nesse programa, a equipe da Univesp TV mostra quais foram as mudanças que a cidade paranaense promoveu para atingir esses resultados, e mostrar que a escola não só se preocupa com os resultados, mas também com a qualidade do ensino.

Relatos e Experiências Negativas e suas Repercussões sobre Avaliação Escolar


Para proceder à análise distingui as experiências negativas e as positivas visto que a predominância dos episódios negativos sobre os positivos, em cerca de 80%, exigiu que a forma da respectiva apresentação pudesse marcar essa diferença. De acordo com os critérios definidos para a análise e com base nos ensinamentos de Foucault (1994, p.69-204), os fatos negativos relatados pelos sujeitos puderam ser organizados sob dois grandes temas:

  • Práticas necessárias à disciplinação.
  • Exame escolar: da disciplinação à dominação.
Bem, a professora de Geografia, logo na primeira semana de aula avisou que faria uma caixinha com o número de todos os alunos e outra com perguntas dos textos das unidades estudadas. Haveria também uma terceira caixinha com castigos para quem as errasse. ‘Castigos simples’ como: pintar o nariz de vermelho, pôr chapéu colorido. andar para trás por toda a sala, etc... Isso acontecia uma vez por semana com sorteio de cinco números. O nervosismo era terrível e (...)" (1994).
O relato que se segue é elucidativo quanto às práticas disciplinares embutidas nas experiências escolares do aluno:



"Lembro-me, muitas vezes, da ordem e disciplina que o diretor mantinha na escola onde estudei no primário e ginásio, e o pior era que a minha professora do 3º ano primário fazia conosco a mesma coisa exatamente igual ao diretor. Ela nos obrigava a: 1) sentarmos corretamente na carteira sem olhar para trás; 2) copiarmos a matéria com a maior rapidez e, quantas vezes, eu acabava ficando sem a matéria do dia (...)" (1991)(1).
 Este exemplo, como muitos outros analisados, mostra o controle exercido na escola sobre os alunos pelos profissionais que detêm autoridade, com o fim de sujeitá-los. Utiliza-se do detalhamento e do esquadrinhamento do tempo, do espaço e dos movimentos dos indivíduos.
O controle do tempo e das ações que se desenrolam num determinado lapso de tempo também é relatado pelos sujeitos desta pesquisa e se configura como técnica de disciplinação. Por meio da estipulação de um horário e de ordens para serem cumpridas naqueles espaços de tempo, o indivíduo se mantém ocupado utilmente e obtém-se maior eficácia e rapidez dos seus atos. As normas temporais objetivam "acelerar o processo de aprendizagem e ensinar a rapidez como uma virtude" (Foucault, 1994, p.140).
As revelações mais deprimentes dos relatos, do ponto de vista humano, ficam por conta da reação do professor diante do erro e do baixo rendimento do aluno, e da inobservância de regras ou afastamento delas. Ao todo, um terço dos relatos faz alusões às críticas destrutivas, ofensas morais, agressões físicas, punições, ameaças, gritos, perseguição, ridicularização, discriminação, todas praticadas em nome da avaliação.
O excerto do relato que se segue é particularmente eloqüente para denunciar essa prática:



"Na quinta série do 1º grau vivi uma terrível experiência, talvez a mais cruel de todas que um professor pode submeter uma classe.

Sob o tema "Exame escolar: da disciplinação à dominação", reuni todos os fatos relatados que mencionam um conjunto de ações desencadeadas por ocasião da marcação da prova e sua realização, assim como no momento de devolução da prova pelo professor ao aluno.
Com base na configuração da rede das representações da avaliação escolar obtida pela análise, posso concluir que a indignação e o inconformismo dos alunos, características que distinguem o seu discurso sobre a avaliação, referem-se ao papel que a prática da avaliação escolar vem exercendo: - o da NORMALIZAÇÃO da conduta do aluno e do seu processo de conhecimento.

Relatos e Experiências Positivas e suas Repercussões sobre Avaliação Escolar

Os episódios positivos revelados nos relatos dos alunos mostram o reverso do quadro negativo: a prática da avaliação tem caráter contínuo e processual; os instrumentos de avaliação são diversificados; são exigidas habilidades intelectuais complexas e não a memorização; o professor é competente na didática e no conteúdo que ministra; o professor se interessa pela aprendizagem do aluno; dá retorno sobre os trabalhos realizados e orienta a correção dos erros; o professor é "ousado": elimina a prova e reduz a atribuição da nota a mera formalidade sem deixar contaminar o processo.

"Uma avaliação para a vida. Não sei como a professora conseguia isso. Só sei que nos avaliava inseridasnum processo, cada qual no seu nível de maturidade e compreensão. Nunca deixou passar suas palavras e objetivos de aula, desenvolvendo responsabilidadesQuando errávamos, era a primeira a nos trazer para o acerto, como todo bom amigo faz. Excepcional sua avaliação!" (1993).
É importante destacar que nesta etapa da minha escolaridade, os conteúdos da avaliação eram revistoscaso o aluno não atingisse aqueles objetivos e se acontecesse o contrário, o professor dava também um retorno desta produção" (1993).

As repercussões apontadas pelos alunos para as situações positivas de avaliação são extremamente desejáveis. Juntamente com a motivação para estudar e o estímulo para avançar no conhecimento, o aluno faz descobertas fundamentais: ele descobre que aprender não é decorar, que o importante é estudar e produzir conhecimento e não a obtenção da nota; ele constata que, pela mediação dessas experiências positivas de avaliação, ocorreu a aprendizagem: ele descobre que APRENDEU porque não copiou modelos, dialogou com o conhecimento, interagiu com o professor.

"Como prática da vida posso ressaltar minha sétima série, que muito me marcou. Alguns professores nos faziam sentir gratificados de sermos seus alunos, era uma sensação boa de poder levar a sério os estudos e outras atividades paralelas. Foi um ano muito especial. Foi um trabalho gostoso, gratificante, nos tornamos muito amigos, éramos unidos enquanto classe e grupo com os professores. Nunca me esqueço da alegria, da satisfação daquela mistura de atividades, pois gostávamos de estudar, sabíamos separar as coisas.
Acredito ter sido uma ótima experiência, com meus professores, de conhecê-los como eram na escola, em casa. O aluno passa a respeitá-lo como uma pessoa igual a ele, que tem vontades, limites, como uma pessoa normal.
A visão de trabalho em grupo, o respeito mútuo e o consenso nas decisões das atividades são os elementos mais importantes da bagagem positiva que vamos carregar no decorrer do processo contínuo de aprendizagem de vida" (1992).

Em se tratando dos episódios positivos relatados sobre a avaliação escolar, a respectiva narração apresenta uma linguagem fluente cujo pensamento não se encerra abruptamente com o ponto final; ao contrário, deixa em aberto a argumentação como se permitisse acréscimos.
A estrutura lingüística caracteriza-se pela contraposição de idéias formuladas com o recurso do conectivo "mas", tanto no sentido refutativo como argumentativo, ou pelo uso das expressões "Não (isso)... e sim (aquilo)...". O enunciado parte de uma negativa que contém a idéia a ser refutada/argumentada em confronto com a idéia positiva que vem logo a seguir.

"Uma experiência positiva que eu tive foi quando estava na 6ª série. A professora de Ciências não dava avaliações escritas, escolhíamos um tema do livro para apresentarmos e depois montávamos a aula de acordo com o tema. Utilizávamos slides, cartazes, íamos a vários estabelecimentos fazer entrevista, enfim,aprendíamos com mais interesse e vontade" (1992).

A contraposição entre as idéias aparece, também, pela negação da própria lembrança de como se processava a avaliação: a ausência de registro memorizado significa para o aluno ausência de marcas doloridas, de onde ele deduz que tal experiência foi positiva. O processo deixaria marcas apenas se tivesse sido negativo.

"Não me recordo como era feita a avaliação, mas não deveria ser ruim já que não me marcou. Do que eu me lembro é que eu gostava da escola" (1991).

O discurso sobre a avaliação escolar referente aos episódios positivos é marcado pela insistência do aluno em repudiar a prática negativa como meio para expressar a sua gratidão e euforia por estar vivendo uma situação positiva de avaliação. Nesta, o papel essencial da avaliação escolar é o de mediar o processo de aprendizagem e conhecimento do aluno, viabilizado pela interação com o professor e colegas e pelo estímulo à criatividade, à participação e ao uso das habilidades intelectuais complexas.
Nesse contexto, o eixo organizador das representações da avaliação positiva configura-se como:QUALIFICAÇÃO do aluno enquanto sujeito cognoscente e interativo.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-25551997000100015&script=sci_arttext&tlng=es

Avaliação da Aprendizagem

 Atualmente a avaliação da aprendizagem  está sendo voltada para a preparação de exames. Isso acontece porque os sistemas de ensino estão interessados nos percentuais de aprovação e reprovação dos alunos. Com isso, os procedimentos de avaliação se tornam elementos motivadores em busca de resultados.

A forma como a avaliação da aprendizagem  está sendo empregada faz com que os alunos tenham uma atenção centrada no processo de promoção ao final do ano letivo e não na aquisição de conhecimentos. Já os professores utilizam as provas como forma de pressionar os alunos a alcançar os resultados esperados pela escola.
De acordo com Luckesi (1998), a avaliação da aprendizagem está sendo praticada independente do processo ensino-aprendizagem, pois mais importante do que ser uma oportunidade de aprendizagem significativa, a avaliação vem se tornando um instrumento de ameaça.
Na medida em que a avaliação se centra em provas e exames, não há uma melhoria na qualidade da aprendizagem. Caso seja necessária a utilização de provas, é preciso deixar claro que ela é apenas uma formalidade do sistema escolar.
Uma avaliação que busca a transformação social deve ter como objetivo o avanço e o crescimento do seu educando e não estagnar o conhecimento através  de práticas disciplinadoras. Ela consiste em verificar o que o aluno aprendeu e se os objetivos propostos foram atingidos e se o programa foi conduzido de forma adequada. Deve representar um instrumento indispensável na verificação do aprendizado continuo dos alunos, destacando as dificuldades em determina disciplina e direcionando os professores na busca de abordagens que contemplem métodos didáticos adequados para as disciplinas.
A prática avaliativa tem que centrar-se no diagnóstico e não na classificação. A função classificatória é analisar o desempenho do aluno através de notas obtidas, geralmente registrada através de números. Ela retira da prática da avaliação tudo o que é construtivo. Por sua vez, a diagnóstica constitui-se num processo de avançar no desenvolvimento e no crescimento da autonomia do educando, sendo capaz de descobrir seu nível de aprendizagem, adquirindo consciência das suas limitações e necessidades a serem avançadas.
Ela tem que ter como finalidade fornecer informações sobre o processo pedagógico que permitam aos docentes definir sobre as interferências e as mudanças necessárias na face do projeto educativo. Esse que precisa ser definido coletivamente para que possa garantir a aprendizagem do aluno de forma democrática. É essencial perceber o aluno como ser social e político que possui a capacidade de pensar criticamente sobre seus atos e dotado de experiências, sujeito de seu próprio desenvolvimento.

 Fonte:http://www.infoescola.com/pedagogia/avaliacao-da-aprendizagem/